terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ainda as presidenciais

Estive um pouco arredado da pré-campanha e campanha eleitoral das recentes Presidenciais, que reelegeram Aníbal Cavaco Silva como Chefe de Estado da República Portuguesa. Depois de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, o eleitorado tomou a opção da continuidade. Assim, o primeiro Presidente de direita também estará, previsivelmente, dez anos em Belém.

Mas se estive mais afastado do que aquilo que é costume, foi por opção própria e não por falta de informação sobre as candidaturas. Por um lado, houve o Cavaco da continuidade, unindo, aparentemente, a direita e conseguindo até apoiantes na esquerda. Do outro lado houve a divisão total, à semelhança do que aconteceu em 2006. Manuel Alegre desta vez conseguiu o apoio do "seu" PS e também do BE. O PCP, como era esperado, apresentou um candidato próprio, que conseguiu surpreender muitos. Fernando Nobre invocou a candidatura da verdadeira cidadania, independente de partidos e conseguiu um resultado mais positivo do que se chegou a prever. Defensor Moura, saído das fileiras do PS, também avançou sem qualquer apoio partidário e foi o menos votado dos candidatos outsiders. Por último, e proveniente da Madeira, apareceu José Manuel Coelho, com uma campanha diferente daquilo que habitual, obtendo um resultado surpreendente na Madeira e no geral das eleições, o que pode ter deixado Alberto João Jardim a pensar.

A minha rápida análise de cada resultado, por ordem decrescente de percentagem:


Abstenção - a grande vencedora da noite. Para uns é um voto de protesto, para outros é rotina. Contudo, nestas eleições, houve abstenção forçada resultante da confusão existente com o Cartão de Cidadão e com o Cartão de Eleitor. Falta de informação e várias imprecisões que poderiam ter sido esclarecidas e mais combatidas desde o lançamento do CC. É lamentável que em pleno século XXI, a caminho do 101.º aniversário da República e passados quase 37 anos da Revolução de 1974 haja pessoas que não podem exercer o seu direito de voto por falhas graves no sistema. Seria motivo para repetir as eleições? Talvez, mas isso nunca será uma realidade.

Cavaco Silva - vitória esperada, mas, e à semelhança de 2006, abaixo do que as sondagens ditaram. Uma figura que convive mal com a crítica e que é, ainda que possa não parecer, o "político mais político" de Portugal, desde que foi/veio à Figueira da Foz fazer a rodagem do seu Citröen. Refere-se aos políticos como a "classe política", mas parece esquecer-se de que também faz parte dela. Foi um candidato que não fugiu ao que era esperado. Teve um discurso de vitória, a meu ver, completamente errado, rancoroso e frio. Do meu ponto de vista, Portugal e os portugueses precisavam de mais ânimo, esperança e estímulo. Continuaremos com a "cooperação estratégica" Cavaco-Sócrates.

Manuel Alegre - provavelmente um erro de escolha do PS, mas sendo a candidatura presidencial uma manifestação pessoal, mais ninguém se chegou, aparentemente, à frente para enfrentar,de uma forma eficaz ,a Cavaco Silva. Foi uma figura mais gasta, mais contida, apoiada por dois partidos que nos habituaram às suas divergências e conflitos. Assumiu a derrota com dignidade, mas julgo que devia ter assumido que não  era certo candidatar-se novamente.

Fernando Nobre - o conhecido fundador da AMI aventurou-se nas andanças políticas, chamando a si a pura cidadania e reclamando que Portugal devia ser arrojado e não ter medo de escolher um presidente que nunca esteve ligado a partidos. Teve um resultado bastante positivo, que poderá ter aberto as portas a futuros candidatos totalmente independentes. No seu discurso julgo que se notou que estudou as temáticas necessárias para ser candidato, mas também considero que muitas vezes algumas ideias e expressões pareceram repetitivas. A sua expressão oratória não pode ser considerada como a melhor (nem a de Cavaco Silva), mas foi um dos candidatos que fez com que as Presidenciais 2011 não fossem, no seu todo, mais do mesmo.

Francisco Lopes - mais uma figura comunista que ganha projecção numa corrida a Belém. Foi uma surpresa para muitos, ainda que tenha tido menos votos do que Jerónimo de Sousa em 2006. Uma vez mais o rosto do ideal comunista, será, provavelmente, uma aposta de futuro do seu partido para mais altos voos na AR e na liderança do PCP.

José Manuel Coelho - A pedrada no charco destas eleições. O candidato madeirense que desafia Alberto João Jardim e que é protagonista de vários episódios caricatos e pouco ortodoxos na Madeira e, agora, na sua campanha. O "Coelhinho" foi o único candidato que falou concreta e abertamente da corrupção, andou um pouco por todo o lado a espalhar a sua oratória com acentuada pronúncia madeirense e protagonizou alguns dos momentos mais humorísticos destas eleições. Teve um resultado estrondoso no seu arquipélago e ainda não se percebeu, pelo menos no Continente, se fala muito e faz pouco, ou se fala muito e também faz muito.

Votos brancos - Se fossem contabilizados deixariam a vitória de Cavaco Silva à primeira volta comprometida. Cresceram de uma forma acentuadíssima em relação a 2006 (o número de votos mais que triplicou) e são o voto expresso que muitos portugueses não estão satisfeitos. Acredito que se estes votos contassem, haveria mesmo uma segunda volta e uma grande manifestação de desagrado, havendo redução da abstenção.

Votos nulos - Podem ser assim considerados pelas mais variadas razões e o seu número também aumentou de forma muito assinalável em relação a 2006 (o dobro, sensivelmente). Não considero que devam ser contabilizados para efeitos de resultados eleitorais mas também revelam o sentimento de muitos eleitores. Não esqueçamos também as pessoas que pensam que votaram validamente mas acabam por ter o seu voto considerado como nulo (ainda há registos vivos de pessoas que acham que devem assinar o seu voto).

Defensor Moura - Defendeu-se como pôde nestas eleições e até conseguiu um resultado elevado, tendo em conta a comparação com Garcia pereira (o menos votado em 2006). Tendo uma figura simpática, procurou alimentar o sonho de uma maior percentagem, mas não trouxe muito de novo ao panorama eleitoral.



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cronicamente Circunvagante - "Danças e Favas"

Recordando uma crónica escrita em meados de Novembro de 2010 sobre a actualidade da altura. Orçamento de Estado, pré-campanha de Cavaco Silva, Manuel Alegre e Fernando Nobre e também declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado. Eis "Danças e Favas".

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Exmos. Srs. do Partido Socialista e do Partido Social Democrata

Então afinal o Orçamento vai ser aprovado? Tantos à espera que a divergência fosse a sério e fazem uma destas?

Bem dizia Sócrates que ia dançar o tango com Passos Coelho. Como se sabe, essa dança sul-americana baseia-se na aproximação e afastamento bruscos dos dançarinos. Tão depressa quase se beijam como, num ápice, se afastam. E tem sido assim esta dança do primeiro-ministro com o líder do PSD.
Num ritual de sedução, ou não fossem eles duas figuras tão preocupadas com a imagem, só os portugues não ficaram seduzidos. Resta saber quem é o homem e a mulher, porque, de resto, o par é perfeito.

“Corta aqui”, “poupa ali”, mas depois “esbanja acolá”, a situação financeira portuguesa não está famosa.
Falando em danças, o ministro socialista Teixeira dos Santos e o ex-ministro laranja Eduardo Catroga parece que dançaram um slow enquanto negociaram um documento que ficou praticamente na mesma. A pasta das Finanças nunca foi fácil de gerir e quantos mais tentam pegar-lhe, pior o cenário fica. No que toca a isso, o prefixo “ex“ é, aparentemente, miraculoso. Um ministro de algo que passe a ser ex-ministro de algo ganha logo um reconhecimento enorme. Umas vezes, pelo alívio de já lá não estar, mas outras porque foi o “melhor ministro de sempre”.

Disso é exemplo Cavaco Silva, que também anda por estes dias a dançar em todos os sítios que pode, pois Janeiro aproxima-se a passos largos. Já Manuel Alegre, esse sim, tem que bailar o “corridinho” e ter jogo de cintura a dobrar, pois presta contas a socialistas e bloquistas. Pelo meio, acusa Cavaco de ser um “gestor de silêncios”. O ainda Presidente da República não respondeu à provocação. Só não se sabe se não o fez por opção ou se por ter na boca uma fatia de bolo típico do Natal. E já que estamos numa de bolo rei, é sempre ao povo que calha a fava. É precisa mais receita? É preciso colmatar as falhas de quem (des)governa? O povo paga!

Aqui entra Fernando Nobre, que chama a si os valores da verdadeira cidadania e a virtude de não ter os vícios de “politiquice” dos partidos. Enquanto Nobre reclama um lugar no panorama político nacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, alerta que o país precisa de um governo de coligação e coloca o seu lugar à disposição caso isso seja o melhor para Portugal. Com isto, Amado passa a ser, para alguns, mal-Amado.

Para aqueles a quem, provavelmente, nunca calhou a fava.

Uma semana na Tunísia pré-Revolução do Jasmim 02

A viagem até Hergla decorreu com normalidade. Ao chegar, notou-se logo a assimetria entre o ambiente urbano de Tunis e os aspectos mais "atrasados" de Hergla. Ainda assim, registo para um Centro Cultural digno de visita, as árvores perfeitamente talhadas em forma de paralelepípedo (uma sombra deleitosa quando o Sol era mais forte) e também o grande número de lojas dos mais variados tipos.
Mais uma vez, a grande quantidade de fotografias de Ben Ali, os automóveis de marca francesa e o número incrivelmente grande de mobilettes nas ruas. Não pode ser esquecido o azul cristalino do Mediterrâneo constantemente a chamar por uns mergulhos.

Bebidas alcoólicas nem vê-las! Muito chá verde com hortelã ou menta, Coca Cola, Fanta ou água é o mais comum. Pagar a Fanta e a garrafa de vidro quando se quer ficar com ela também é, ao que parece, comum. Papel higiénico na casa-de-banho só após pedido especial, já que o processo habitual é a mangueirinha colocada ao lado das sanitas.

Depois, a primeira refeição. Algumas iguarias típicas da Tunísia, o pão típico da Tunísia, a mistela picante típica da Tunísia, o atum em todo o lado e também (infelizmente para mim) o pepino em todo o lado. Já agora, algo como "mane hábiche faque uce" significa "não gosto de pepino".

Também foi importante conhecer o dono da casa onde ficámos instalados: o "Aladino". Segundo ele, era o verdadeiro Casanova de Hergla, qual D. Juan tunisino. Completamente ocidental, viciado em hip-hop americano, tinha o desejo de ir viver para os EUA mas não conseguia obter o visto para se mudar. Era o primeiro a admitir que "ainda não estava preparado para ser um bom muçulmano, porque gosta de beber, não gosta de rezar e sai com várias raparigas". Mas 50 Cent, Snoop Dog ou Eminem eram a especialidade dele, para além de toda música árabe que ele ouvia (intragável para os meus ouvidos, diga-se). Aladino era um dos muitos jovens tunisinos que queria mais democracia, nomeadamente na Internet, onde o acesso a sites como o YouTube estava barrado. Ainda assim, havia sempre forma de contornar esse impedimento e visualizar os vídeos online não tinha grande dificuldade.

Uma Semana na Tunísia pré-Revolução do Jasmim 01

O primeiro episódio da viagem para a Tunísia ocorreu ainda no Aeroporto da Portela, quando houve um encontro e conversa com o deputado e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, que também viajaria para terras tunisinas e que fez questão de contar alguns episódios das suas frequentes viagens até ao dito país norte-africano. E logo aqui se nota o que pensa Paulo Portas sobre o apelo de Cavaco Silva para que os portugueses passem férias em solo português [feito em Junho de 2005].

A viagem decorreu sem sobressalto na companhia aérea Tunisair. O processo de entrada oficial no país foi moroso dada a burocracia de carimbagem do passaporte, acto encarado com extremo mau humor e desconfiança por parte da generalidade dos oficiais fronteiriços. As questões "quem são vocês e o que fazem aqui assim vestidos?" [não esquecer o traje académico em pleno Agosto num país africano] eram inevitáveis.

Depois a passagem pela casa de câmbio em que o conceito "fila" em tunisino não parecia existir. Também a sensação de ser o centro das atenções por vestir um fato preto estranho com uma capa ao ombro e ter Euros para trocar. Também a sensação de olhar para a maioria das pessoas locais e ver os trajes tipicamente árabes.

Seguia-se o primeiro contacto com um espaço exterior africano e o com o "bafo" estival da África Mediterrânica. A viagem de mini-bus desde o Aeroporto de Tunis-Cartago até Hergla, com passagem por alguns locais da cidade de Tunis, as centenas de fotografias de Ben Ali espalhadas por todo o lado, o primeiro contacto com os jovens tunisinos que nos acompanhavam na viagem. A percepção de pobreza, classe "média" e riqueza e todos os contrastes sociais, nomeadamente nos edifícios. Os indícios de ocidentalização em termos de marcas e publicidade, a predominância de carros de marca francesa, a audição de francês e árabe na mesma medida e a alternância entre as duas línguas numa mesma conversa.

O pavimento das estradas que não é tão mau quanto isso, mas as marcas rodoviárias que não são o forte das estradas tunisinas. A predominância de azul e branco nas casas, os letreiros muito rudimentares e manufacturados, a quantidade astronómica de oliveiras e as parecenças da paisagem com o nosso bem português Alentejo. A loucura nas manobras de muitos condutores tunisinos.

As inevitáveis conversas e perguntas de parte a parte sobre Portugal e Tunísia.

"Que regime político têm aqui na Tunísia?" / - Bem, isto é uma democracia, mas o Presidente é eleito com 90 e tal por cento dos votos desde 1987. 
Aqui fica esta frase esclarecedora dita num tom compenetrado e receoso. Contudo as expressões dos tunisinos presentes não aparentavam deixar dúvidas: eram contra o regime. Seguiu-se uma breve lição de história de Portugal, nomeadamente sobre os quarenta e oito anos do Estado Novo e o 25 de Abril de 1974. Ainda hoje acho que o rapaz ficou a pensar "Quarenta e oito? Será quem também vou ter que viver mais uns 25 anos em ditadura?".

Uma semana na Tunísia pré-Revolução do Jasmim


 A minha primeira semana de Agosto de 2010 foi passada na Tunísia, a nação que encontrou no início deste ano o caminho da libertação do regime ditatorial de Zine El Abidine Ben Ali. Esta viagem foi feita no âmbito da participação do Grupo de Fado Académico da Universidade do Porto - OUP nos Rencontres Cinématographiques de Hergla, pequena localidade situada a cerca de 135km a Sul de Tunis, capital do país. Neste evento cinematográfico houve uma noite de homenagem ao cinema português, nomeadamente ao filme  clássico "Aniki Bobó", de Manoel de Oliveira, e à galardoada curta-metragem "Arena", de João Salaviza (Palma de Ouro em Cannes - 2009).

Seguem-se alguns posts com apontamentos de situações vividas e observadas na Tunísia, no país que agora enfrenta a reestruturação pós-abdicação de Ben Ali.

O Regresso

Após uma pausa de aproximadamente um ano e dois meses, retomo as lides da blogosfera neste espaço.

Durante este interregno várias coisas aconteceram, logicamente, na minha vida. Novas experiências e realizações pessoais, familiares, artísticas e académicas surgiram na minha rotina e sinto que cresci. Física e/ou mentalmente, cresci. Positiva e/ou negativamente, cresci. E assim aqui estou, pronto para mais um episódio da minha intervenção blogosférica.

Hoje é dia 31 de Janeiro de 2011, dia em que se assinala o 120.º aniversário da Revolução de 31 de Janeiro de 1891, ocorrida na cidade do Porto, onde me encontro, actualmente, na maior parte do tempo. Ainda que tenha sido uma revolução sem sucesso consumado, foi um dos motes para a revolução de 5 de Outubro de 1910. Nesta efeméride, regresso a este espaço online de liberdade de expressão e pensamento.

Contando com a vossa atenção, respeito e participação, quero fazer-vos chegar um vasto leque de temáticas.

Acompanhem-me, novamente, nesta viagem. Comecemos, novamente, com um único passo.

Creiam-me disponível e, se acharem por bem, utilizem as novas formas de partilha deste blogue nas redes sociais. Podem fazê-lo através da barra inferior de cada post se quiserem divulgar uma publicação em particular, ou através da barra lateral, no caso de pretenderem divulgar a hiperligação geral do "Circunvagante".

Até já!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Man On Wire



"Man On Wire", um documentário simplesmente fabuloso que retrata muito mais do que a história do homem que caminhou e executou os seus dotes de equilibrista sobre um cabo, sem qualquer tipo de protecção, entre as duas torres gémeas do World Trade Center, em 1974. Esta metragem mostra a vontade e capacidade de uma pessoa concretizar o seu maior sonho, mesmo que este esteja separado da morte por uma linha muito ténue ou uma fracção de segundo de desconcentração. A proeza alcançada por Philippe Petit em 1974 é um exemplo entusiasmente, comovente e, ao mesmo tempo, completamente insano. Petit sentia aqueles arranha-céus como seus e nada o impediu de vivenciar momentos de pura alegria e felicidade, lamentando, decerto, os atentados de 11 de Setembro de 2001 que destruiram por completo as "suas" torres. Vejam o documentário e deliciem-se, tal como eu. A concretização do sonho de Philippe Petit foi ilegal, mas poder-se-á negar que foi legítima?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Maltratado de Lisboa



O Tratado de Lisboa entra, finalmente, hoje em vigor. Após um parto difícil, o nome da capital portuguesa fica assim ligado a um dos acontecimentos e marcos mais históricos da vida da União Europeia. Para além de todas as novidades formais que surgem com este tratado, não se esqueçam do mais importante - há fogo de artifício, daqui a nada, em Lisboa, mais precisamente na zona de Belém. Não percam, isso é que é importante - fogo de artifício, pompa, circunstância, boa comida, boa bebida, discursos para parecer bem, trânsito cortado para a classe política passar, dinheiro esbanjado em grandes cerimónias. Típico.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Churchill - Pessoa



30 de Novembro de 2009, um dia em que se assinala o 135.º aniversário do nascimento de Winston Churchill e o 74.º aniversário da morte de Fernando Pessoa. Estas duas distintas e famosas personalidades, que ficam nas nossas memórias pelo uso frequente de chapéu, deixam-nos um vasto e rico legado de olhares sobre o mundo e sobre a natureza do Homem. Para nossa satisfação, escreveram muitos dos seus pensamentos, eternizando momentos em que a sua imaginação, visão e percepção do que os rodeava se manifestaram. Sábias palavras nos deixaram e profundas frases servirão, decerto, como inspiração para as vidas de muitas pessoas. Com todos os defeitos que possam ter tido e com todos os erros que eventualmente possam ter cometido, pessoalmente agradeço a herança que nos deixaram.

domingo, 29 de novembro de 2009

Here Comes The Sun, George!

George Harrison, ex-elemento dos Beatles, faleceu há oito anos, no dia 29 de Novembro de 2001. Nesse dia, o mundo viu desaparecer o segundo elemento dos Fab Four, após a morte de John Lennon em 1980. Perdeu-se, então, um dos melhores músicos de todos os tempos, que muito trouxe à música, nomeadamente na introdução de misticismo nas composições e ao nível da fusão de vários estilos de música numa só canção. Harrison fica para a história como o grande empreendedor do "Concerto Para o Bangladesh", o primeiro espectáculo de beneficência de grande escala, que foi pioneiro e abriu portas à realização de iniciativas como o Live Aid e Live 8. Em vida, deixou-nos grandes composições que ecoarão, certamente, durante largos anos nos ouvidos da humanidade. A um dos meus músicos favoritos, a uma das pessoas que faz com que tenha gosto em ouvir e praticar música, deixo a minha homenagem.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Grande Ditador

Acabei de ver, há poucos minutos, o filme "O Grande Ditador" do famoso e genial Charlie Chaplin. Publicado em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, este filme é uma autêntica obra de arte em que é satirizado o regime fascista de Adolf Hitler (Adenoid Hynkel, no filme) e a sua governação da Alemanha (Tomânia, no filme). Ao longo do filme surgem episódios do melhor humor que alguma vez foi feito, onde há espaço para a sátira de Benito Mussolini (Benzino Napaloni, no filme) e da Itália (Bactéria, no filme). As duas horas desta metragem terminam com um discurso rico no seu conteúdo, em que são abordados os direitos do Homem e tudo aquilo que o fascismo não deveria significar. Recomendo este filme a toda a gente, já que quase setenta anos depois da sua publicação ainda há muitos temas actuais. É de assinalar que este foi o primeiro filme falado de Chaplin. É caso para dizer: bendita a hora em que abriu a boca!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Desafio

Este post servirá como resposta a um desafio colocado pelos meus colegas bloggers conterrâneos, Alex Campos e Zéfoz. Terei que completar cinco frases e colocar este desafio a outras tantas pessoas. Sendo assim, cá vai:

Eu já... chorei.
Eu nunca... poderei estar fisicamente com os Beatles, os Queen e o Frank Sinatra, e tantas outras personalidades que infelizmente já faleceram.
Eu sei... que é difícil haver paz no mundo e igualdade entre todas as pessoas.
Eu quero... ser feliz e concretizar os meus projectos e sonhos pessoais.
Eu sonho... mas não costumo lembrar-me dos meus sonhos, quando acordo.

Lanço, então, o desafio a:

Maestro João da Silva Cascão (se puder, e se ainda me visita, apreciava mesmo que o fizesse, nem que seja através de um comentário)
Uma Beca de Rebeca
Wine In The Afternoon
O Palhetas
Abrupto

Ok, estava a brincar, the last but not the least - Ooooooooolé.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Who Wants To Live Forever?



Freddie Mercury morreu há 18 anos. No dia 24 de Setembro de 1991, o mundo recebeu a cinzenta notícia do falecimento de uma figura incontornável do panorama musical, Farrokh Bulsara. Na véspera, o vocalista da banda Queen, que adoptou o nome artístico de Freddie Mercury, havia finalmente anunciado que tinha sido infectado pelo VIH, contraindo, então, sida. Presto, assim, homenagem a uma das personalidades que mais admiro a nível artístico. Há quem responda afirmativamente à questão que Mercury nos coloca - "Who Wants To Live Forever?" -, mas nem todos, ao contrário dele, poderão viver muito tempo depois de morrer. Se morrermos apenas quando a última pessoa que se lembra de nós morrer, Freddie viverá uma quantidade enorme de anos. Deixo-vos "Don't Stop Me Now". Por favor, não o parem agora!


domingo, 22 de novembro de 2009

The Fab F...ive - George, Paul, Ringo and Johns

Relembro hoje, neste post, dois acontecimentos que marcaram vincadamente o dia 22 de Novembro, no século XX, em áreas distintas - o assassinato de John F. Kennedy, em 1963, e o lançamento do apelidado "White Album" dos Beatles, em 1968. No dia em que muitos assinalaram o quinto aniversário da trágica morte de John Kennedy, outros celebraram o lançamento de um dos mais míticos álbuns dos Fab Four. Tudo isto aconteceu em 1968, cento e setenta e dois dias após o igualmente trágico e pesaroso homicídio de Robert Kennedy, que ocorreu em Junho desse ano. Deixo-vos, seguidamente, um vídeo de uma interpretação da canção "Blackbird", uma das minha preferidas dos Beatles e que está presente, precisamente, no "White Album".

sábado, 21 de novembro de 2009

Francisco Tarrega



Assinala-se neste dia 21 de Novembro de 2009 o 157.º aniversário do nascimento do guitarrista espanhol Francisco Tarrega, um dos meus compositores de guitarra clássica de eleição. No próximo dia 15 de Dezembro assinalar-se-á, igualmente, o centésimo aniversário da morte do referido compositor. A revolução implementada por Tarrega na composição para guitarra revestiu-se de grande importância. As suas composições são intemporais e a sua complexidade baseia-se, a meu ver, na simplicidade melódica e rítmica das obras. Não é, portanto, de estranhar que nos dias de hoje algumas criações de Tarrega sejam utilizadas em anúncios comerciais que são vistos, diariamente, por milhares de pessoas. No caso concreto da publicidade e do mercado actual, basta referir que a principal música dos telemóveis Nokia não é mais do que um excerto da bonita "Grand Vals", composta no ano de 1902.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Custou mas foi



A África do Sul sempre foi um território desafiante para os portugueses. Nos tempos passados dos Descobrimentos, era uma zona de África que nos apresentava o Cabo das Tormentas. Em honra aos actos hercúleos dos portugueses, comandados por Bartolomeu Dias, este cabo recebeu a designação de Boa Esperança, que ainda hoje se mantém. Se em certos momentos o Mundial de 2010 e os territórios sul-africanos nos pareceram uma miragem, hoje são uma realidade consumada. Tombou o Adamastor, cresce a Boa Esperança de um bom resultado no próximo Mundial.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Calvin & Hobbes



No dia 18 de Novembro de 1985 foi lançada a primeira edição de uma das mais geniais criações de banda desenhada da história - "Calvin and Hobbes". Esta produção ilustra bem o génio criativo, crítico, humorístico e artístico de Bill Waterson, homem que chama a si o mérito da ilustração e escrita desta série de comics. Os meus sinceros parabéns por estes vinte anos de sucesso. Venham mais vinte (no mínimo...)!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Heitor Villa-Lobos



Foi neste dia, há 50 anos, que faleceu Heitor Villa-Lobos, virtuoso maestro e compositor brasileiro, que compôs umas das minhas criações musicas predilectas - o "Choro n.º 1" para Guitarra Clássica. Como forma de assinalar este dia e homenagear o génio criativo de Villa-Lobos, deixo-vos um vídeo com uma interpretação sublime do tema que cima referi pelo guitarrista David Russell.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Novo Calendário

Após um profundo estudo da realidade social, apresento um exclusivo do Circunvagante: o novo calendário de acontecimentos marcantes em Portugal.

Janeiro - Carnaval
Fevereiro - Páscoa e Equinócio da Primavera
Março - Dia da Liberdade
Abril - Dia do Trabalhador
Maio - Dia Mundial da Criança e solstício de Verão
Junho - O Algarve enche-se de turistas no pico do Verão
Julho - Comemoração do 15 de Agosto e continuação da enchente algarvia
Agosto - Regresso às aulas e Equinócio do Outono
Setembro - Comemoração da Implantação da República
Outubro - Dia de Todos os Santos e romarias aos cemitérios para louvor aos finados. Não esquecer as castanhas e jeropiga pelo S. Martinho
Novembro - Dia da Restauração, Dia da Imaculada Conceição, montagem do presépio, árvore de Natal e comemoração do nascimento de Jesus Cristo (estes três últimos começam já a ser comemorados em final de Outubro)
Dezembro - Ano Novo e comemoração da solenidade de Sta. Maria, N. Sra. mãe de Jesus

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

13

Hoje é sexta-feira, dia 13 de Novembro. Sexta-feira 13. Fico à espera do azar. Dito isto, deixem-me dar três pancadinhas na madeira, não vá o diabo tecê-las.

Apendicite

Quero escrever, mas não me ocorre nenhum tema. Como quero escrever e escrever é  riscar qualquer coisa com traços, sejam eles letras, símbolos, ou quaisquer outros rabiscos, o facto de não ter um tema não me pode impedir de escrever. Se há liberdade de expressão, seja lá isso o que for, posso escrever o que me apetecer ainda que a minha escrita não sirva para rigorosamente nada, a não ser retirar tinta da carga da minha BIC clássica de cor azul. Escrevo para mostrar que o sei fazer e que, para mim, analfabetismo é uma palavra com seis sílabas e não uma característica que se aplique à minha intelectualidade. Escrevo porque quem escreve deixa a sua marca, nem que seja em portas de casa-de-banho, mesas ou até cadeiras de escola. Escrevo para mostrar que a Cartilha Maternal de João de Deus e a D. Glória Carvalheiro tiveram uma grande virtude ao dotar-me desta capacidade de gatafunhar. Escrevo para mostrar que os canhotos - terríveis criaturas do diabo - sabem fazê-lo, ainda que sujem as folhas quando a caneta tem tinta permanente. Receio que as minhas últimas frases tenham dado um tema a este texto. Eu quero escrever sem tema, já disse. Sem tema e sem conteúdo. É legítimo. Há muitos decretos parlamentares - ou "paralamentar" - que não me parece que tenham grande conteúdo. Por vezes, nem chegamos a perceber a temática que os orienta. No entanto, são publicados no "Diário da República". Como a República é uma coisa respeitada, o seu Diário também o deve ser. Será que me descuidei e já concedi, novamente, um tema a este conjunto banal de frases? Bem, não importa. A questão é simples - eu apenas gosto de seguir os modelos da sociedade e, como tal, agrada-me imitar os cronitas, jornalistas, analistas, especialistas e outras coisas acabadas em -istas, como colunistas, que, ao contrário do que seria desejável, escrevem coisas sem tema, ou outras que, mesmo com tema, têm um conteúdo dispensável e que não são mais do que o apêndice do intestino dos jornais, revistas, blogues e sites. Fico, ansiosamente, à espera do dia em que dê uma apendicite aguda a todos esses meios de comunicação. Não me importo de ser o cirurgião.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Anfiteatro 2



O Anfiteatro 2 não tem janelas. O Anfiteatro 2 tem três portas. O Anfiteatro 2 tem dois quadros de ardósia, um professor com pó de giz na mão, alunos com os cérebros entorpecidos e o expoente máximo da iluminação de halogéneo. Um jogo de futebol à noite consegue ver-se na perfeição, dada a potente capacidade iluminante dos holofotes. Porém, ver um jogo de futebol à noite não é o mesmo do que ver um jogo de futebol durante o dia. O Anfiteatro 2 até é bem iluminado, mas não há luz como a do Sol, mesmo que seja de noite... Não há luz como a que temos nas ruas. O Anfiteatro 2 tem cadeiras com tábuas de escrita cravejadas com rabiscos, desenhos, insultos, gatafunhos e outras diarreias cerebrais, provavelmente resultantes da claustrofobia crónica dos estudantes que lá se sentam. Os alunos dentro do Anfiteatro 2 são girassóis que começam a murchar devido à falta de luz da nossa estrela mais preciosa. Todas as vozes e sons que se ouvem no Anfiteatro 2 parecem monocórdicos e assemelham-se a rezas hipnotizantes, deixando-nos num estado de quase transe. Tudo o que se passa no Anfiteatro 2 provoca uma sensação bafienta. O Anfiteatro 2 parece um búnquer da Segunda Guerra Mundial. Lá, só consigo associar as aulas a acções de formação militar secretas dadas no subsolo, no sítio mais recôndito que se possa imaginar. Dentro do Anfiteatro 2 sinto-me como um mineiro, prestes a contrair silicose, que arrisca a sua vida para descobrir filões de minerais em galerias e túneis desconhecidos. Os ácaros são, certamente, bichos felizes no Anfiteatro 2, dada a ausência asfixiante do brilho solar. No Anfiteatro 2, as palavras do professor soam-me a uma missa cantada no gregoriano mais arcaico pelo sacerdote mais entediante que possam imaginar. O Anfiteatro 2 parece o esconderijo onde Saddam Hussein foi encontrado, em 2003. Mas ainda pior. O Anfiteatro 2 alberga a nossa presença todas as quartas-feiras durante quatro horas e transforma-nos em toupeiras. Até mesmo a cegueira se verifica, já que só nos resta a vontade de fechar os olhos e adormecer. Não gosto do Anfiteatro 2. Morte ao Anfiteatro 2. Pim!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Crónicas

Enquanto que o post anterior, como devem ter percebido, constitui uma crónica que relata a história de um senhor (entenda-se o eufemismo na designação) que espirrou, com todo o descaramento, para cima de mim, o próximo texto que vos apresento é uma reprodução da crónica que escrevi para a cadeira de Técnicas de Expressão de Português e que servirá como objecto de avaliação para o 1.º semestre, valendo 30% da minha nota final. Esta crónica intitula-se, então, "Factor X".

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“Factor X”

Portugal tem, no seio da sua população, um terrível problema com a letra X e com as cruzes que se assemelham à supracitada letra. Há uma certa dificuldade em uniformizar o comportamento social quando se trata da escrita de um tão fácil cruzamento de duas meras linhas. Quando se trata de eleições nacionais, em que há a oportunidade gratuita e facilitada de o povo expressar a sua opinião e estado de espírito relativamente à política, parece que há um problema de locomoção das pessoas até às assembleias de voto, onde há a possibilidade de os eleitores colocarem uma cruz num quadradinho, gatafunhar a seu bel-prazer o boletim, ou simplesmente entregá-lo tal e qual como o receberam – em branco. O mesmo não acontece com os boletins do Euromilhões, Totoloto ou Totobola, que semanalmente são invadidos por milhares de cruzinhas que tentam desafiar as leis das probabilidades. Por outro lado, há alguns anos, quando a taxa de analfabetismo assolava o nosso país, o mais frequente era assistirmos ao espectáculo indecoroso das “assinaturas em cruz”, que eram bem representativas do paupérrimo nível de conhecimento e formação académica dos portugueses relativamente à “língua de Camões”. Falando em cruzes, não pode ser esquecida a igualmente arrepiante e preocupante realidade das “assinaturas de cruz”, que tantas vezes conduzem a situações de descalabro e que põem em causa a honra, credibilidade e competência de muitos indivíduos. Os jovens, tendo em conta as novas tecnologias e formas de comunicação, nomeadamente através dos telemóveis e dos computadores, também não escapam à sina da utilização dos Xx. Com grande frequência, muitos jovens utilizam esta letra, de uma forma quase aleatória e despreocupada, nos SMS e nas conversas online. Aquilo que, num momento, é suposto facilitar e acelerar a comunicação poderá, a longo prazo, conduzir a uma quase irreversível situação de má escrita da língua portuguesa. Também muitos funcionários que recebem formulários e documentos preenchidos por cidadãos insistem em colocar uma cruzinha na linha destinada à “Assinatura”, quando pretendem indicar o local onde as pessoas devem escrever a sua graça. Para além de inestética, esta frequente acção constitui um hábito antigo que, outrora, teve razão de ser, mas que actualmente poderia ser descontinuada e reformulada.
Resumindo e concluindo, tudo isto são “questões-xave”, mas parece que ninguém está para se “xatear”.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Maleitas e outras coisas imperfeitas



"Diário de Anneormalidades Frankamente lamentáveis em espaços públicos"

Querido diário,

Posso ficar estatelado no chão do autocarro, do metro e do comboio, mas juro que não vou agarrar-me às barras metálicas nos transportes públicos. Eu até posso descer um lanço de escada a rebolar, mas jamais me vou valer dos corrimãos. Posso andar no supermercado, como Hansel e Gretel, a deixar cair coisas no chão, mas deixo bem claro que não pego em cestos nem empurro carrinhos de supermercado. Palavra de honra que não vou lavar as mãos depois de ir ao urinol e/ou à sanita em WC's públicos porque nunca se sabe quem anda a mexer nas torneiras. Vou negar que sou português, passar por mal-educado e, como tal, vou dispensar o beijinho e o "passou bem". Como o cheiro a álcool me traz à memória as vezes em que vou ao centro de saúde buscar as receitas dos medicamentos para a osteoporose da minha mãe, rejeito-me a desinfectar as mãos. Para além de tudo isso, não sou nenhum dentista ou cirurgião para andar com uma máscara na cara, nem muito menos estamos na altura do Carnaval. Como qualquer ser racional, odeio filas de espera, pelo que, se me sentir engripado, urgências de hospital serão os últimos locais a receber a minha visita. Porém, como tenho medo de transmitir a gripe a mim próprio e não gosto de ficar doente, não me causa transtorno espirrar para cima dos outros. Fico bem mais aliviado!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Berliner Mauer



Foi há vinte anos, no dia 9 de Novembro de 1989, que começou a ser derrubado o Muro de Berlim, estrutura localizada na capital alemã e que separava, por assim dizer, a República Federal da Alemanha da República Democrática da Alemanha. Este acontecimento constituiu um passo de gigante para união das sociedades e para a construção do mundo em que actualmente vivemos.

Deu-se, então, há duas décadas, a "Mauerfall". Como cantaria José Cid, "este amor não tem grandes, fronteiras, barreiras, muro em Berlim".

Despeço-me, assim, com um "Adio, Adieu, Auf Wiedersehen, Goodbye".

domingo, 8 de novembro de 2009

Obrigado, Coliseu



Caros leitores,

estive mais um dia (ontem) ausente, visto que estive presente no "PortusCalle 09" - Festival Internacional de Tunas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto -, no Coliseu do Porto. Se na minha vida, nunca tinha tocado no Coliseu e aguardava ansiosamente por esse dia, no espaço de duas semanas pisei o palco dessa mítica sala durante três noites. A Tuna Universitária do Porto apresentou-se, assim, a um Coliseu esgotado, abrindo a segunda parte do espectáculo, tendo participado neste evento como extra-concurso, ou seja, não sendo avaliada pelos jurados do festival. Para a história fica mais uma noite de sucesso perante três milhares de espectadores que corresponderam à actuação que lhes foi exibida.

Obrigado, Coliseu! Até à próxima.


Nota: post corrigido no dia 9 de Novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Com muita tranquilidade



Paulo Bento anunciou, hoje, a sua demissão do cargo de treinador da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal. Como sportinguista, admiro Paulo Bento pela capacidade que teve em obter resultados positivos com poucos recursos, nem sempre com o o melhor ambiente de trabalho. São muitos os que criticam Bento e o seu desempenho como comandante da equipa do Sporting, mas não se pode negar que o também antigo jogador verde e branco alcançou feitos históricos, tais como a conquista de duas Taças de Portugal, duas Supertaças Cândido de Oliveira, o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões durante três anos consecutivos e a qualificação, pela primeira vez na história do clube, para os oitavos de final da Liga dos Campeões. É, igualmente, o segundo treinador que mais jogos orientou no SCP, em 103 anos de história do clube de Alvalade.

Ninguém é perfeito e nem sempre somos brilhantes. Há momentos para ganhar, outros para perder, mas Paulo Bento será sempre um vencedor. Defendi a sua saída do comando da equipa nas últimas semanas, não por não gostar de Bento, mas por me focar nos superiores interesses do Sporting. Paulo Bento já não era parte da solução. Passa-se de bestial a besta e, para muitos, PB passou de bestial a besta, não quadrada, mas "losangular". Julgo que o Sporting ganhará em preservar a imagem de Paulo Bento como parte integrante da sua história e deverá saber homenageá-lo em tempo próprio.

Até sempre, Paulo Bento. Ainda que não sejas um leão de origem, és um leão de coração. Muito obrigado por tudo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pena de Morte



Há três anos, no dia 5 de Novembro de 2006, Saddam Hussein foi condenado à morte por enforcamento. Dessa forma, o ex-ditador iraquiano viria a morrer no dia 30 de Dezembro do mesmo ano, num episódio que foi exibido com escárnio e sem pudor a todo o mundo, em horário nobre. Os que o condenaram e todos aqueles que desejavam tal desfecho puderam, assim, comemorar com ainda mais alegria e alívio a entrada no ano de 2007, que teve lugar logo no dia a seguir. Esta decisão alusiva a Saddam levanta a questão da validade, legitimidade e moralidade da pena de morte. Um ser humano não tem o direito de tirar a vida ao seu semelhante e deve ser castigado judicialmente por esse seu acto. Porém, quem é o indivíduo com poder judicial que tem o direito para condenar alguém à morte? Não será também isso um crime?

Se a existência do Homem na Terra tivesse seguido o seu curso natural biológica e comportamentalmente, tal como aconteceu com os outros animais, não seria preciso haver Justiça e conflito moral na questão da pena de morte. Esta nossa racionalidade...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vereação e Pelouros

Consulte, clicando em qualquer palavra do texto deste post, a lista de pelouros que foram distribuídos pelos membros do actual executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Com a devida vénia a Jorge Lemos e ao seu blogue, "O Que Eu Penso".

Yes, We Can



Barack Obama, 44.º Presidente dos Estados Unidos da América, foi eleito há precisamente um ano. Há 365 dias segui, pela primeira vez, com toda a atenção e interesse a eleição de um POTUS. Vibrei com os momentos que precederam e sucederam o anúncio oficial da vitória de Obama. Se calhar tive a inocente fé num "salvador do Mundo", ou provavelmente deixei-me fascinar pela inspiração e fenómeno que a "febre Obama" criou. Obama não é, de facto, um messias, mas conseguiu mover montanhas que há muito tempo se encontravam intactas. Pelo meio, um Nobel da Paz. Considero que essa distinção não foi atribuída num timing muito correcto, mas mesmo assim não me revolto com tal decisão.

Um ano passou sobre um dia e um episódio que ficarão marcados na História Contemporânea como mediáticos, inspiradores e transformadores - 4 de Novembro de 2008 e a eleição de Barack Hussein Obama como Presidente dos E.U.A..

Yes, We Can! Good luck, Mr. President.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Segunda Noite



Deixo-vos o vídeo da actuação da Tuna Universitária do Porto na segunda noite do XXIII FITU "Cidade do Porto", no Coliseu do Porto, em que tive a oportunidade, honra e privilégio, como poderão constatar nas imagens, de tocar a canção "Amores de Estudante" - considerado por muitos como o hino de todos os estudantes - ao lado de um dos seus compositores, o ilustre e reconhecido Prof. Aureliano da Fonseca, que conta com quase um século de vida.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

In "O Figueirense"


Deixo-vos, neste post, a página 4 da edição especial do jornal "O Figueirense", publicada no passado sábado, dia 31 de Outubro de 2009. Agradeço, sinceramente, toda a atenção, consideração e disponibilidade prestadas. Há determinadas marcas que ficam tatuadas nas nossas memórias e na nossa vida. Está é, certamente, uma delas.

domingo, 1 de novembro de 2009

Gripe

Estamos em Novembro, precisamente no primeiro dia do décimo primeiro mês, o Dia de Todos os Santos, feriado nacional português. Assim sendo, é um sinal de que deixámos Outubro de 2009 no passado. Diziam estudiosos (ou dizia a Comunicação Social) que estava provado que todos estaríamos infectados com o vírus da Gripe A até ao fim de Outubro. O décimo mês acabou, pelo menos no nosso fuso horário, e não me parece que tenhamos sido afectados por essa enfermidade. Em vez de Gripe A estou a ser brindado, desde quinta-feira, com uma amigdalite bastante inconveniente, incomodativa e dolorosa. Então, resta continuar a esperar pelo dia em que poderei afirmar que tenho a "doença da moda".

sábado, 31 de outubro de 2009

Surpreendente

Acabei de saber que o Partido Socialista não conseguiu eleger o seu presidente à Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Luís Tovim, cabeça-de-lista dos socialistas ao referido órgão autárquico, não foi eleito, perdendo esta "corrida" para Vítor Pais, seu candidato homólogo pelo Partido Social Democrata. Assim, Tovim arrecadou 17 votos, enquanto que Pais obteve 20 votos e Nogueira Santos, candidato pelo Movimento "Figueira 100%", conseguiu 5 votos. A votação contou, ainda, com dois votos em branco que pertencerão à Coligação Democrática Unitária e ao Bloco de Esquerda.

Presume-se que alguns socialistas eleitos terão votado no candidato social-democrata, deitando por terra a possibilidade de o PS presidir à Câmara Municipal e Assembleia Municipal, os dois principais órgãos de gestão autárquica da Figueira da Foz.


Nota: corrigido em 1 de Novembro de 2009, após a leitura de um comentário de Alex Campos. Mais tarde, farei um novo post com dados mais concretos da votação

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Estreia



Eis o vídeo da actuação da Tuna Universitária do Porto na primeira noite do XXIII FITU "Cidade do Porto" - a minha estreia no Coliseu da cidade Invicta e na TUP. Para mais tarde recordar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Uma volta ao bilhar grande



Arnold Schwarzenegger, governador do estado norte-americano da Califórnia, terá engendrado um caricato e peculiar insulto num despacho enviado a um político democrata.

Juntando as primeiras letras de cada linha, obtém-se a frase "f*ck y**".

Será isto humorístico ou deprimente? Deixo a decisão ao critério de cada um.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

"Pouca-terra"



"Pare, Escute, Olhe", recente obra do figueirense Jorge Pelicano, tem sido bafejada pelo sucesso e premiada em diversas ocasiões, logo após a estreia.

Depois do estrondoso êxito de "Ainda Há Pastores", Jorge Pelicano apresenta-nos este filme relacionado com a questão da linha ferroviária do Tua, no interior de Portugal. Há algumas certezas que temos na vida, e eu tenho a plena convicção prévia de que vou gostar bastante de visionar este trabalho que é, seguramente, sinónimo de qualidade.